sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Porque os Justos Choram

Desde que se recebeu a Sagrada Inteligência e estabeleceram-se de convívio social, uma pergunta que passa na mente de todos os filósofos (e até alguns não-filósofos) sempre esteve presente em todos os dias da humanidade. Nunca houve no mundo um dia sequer em que pelo menos uma pessoa não se perguntasse o porquê dos justos sofrerem.

Não! Não me proponho a dar a resposta. Mesmo que eu a tivesse, por mais lógica e racional que ela fosse, ela nunca seria aceita. Além de nossa visão ser microscópica, incapaz de enxergar o todo que é o Universo, nosso sofrimento diminui ainda mais nossa visão, tornando-nos incapazes de entender ou aceitar o sofrimento como algo natural.

Obviamente, aceitar não é aprovar. É permitir a si mesmo que se possa olhar para frente e lutar por si mesmo. Estive diante de uma pessoa que queria saber o porquê de um sofrimento em específico. Não consegui, na minha opinião, dar-lhe resposta satisfatória, embora ela tenha gostado.

Ao meu ver, temos a natureza - não cultura, natureza mesmo - de desejar saber todas as coisas, inclusive a origem dos acontecimentos ruins, mesmo quando eles não nos acrescentam nada. Respondi-lhe que não fez nada de errado. Não havia feito mesmo. Simplesmente, essas coisas acontecem. Não sem razão - mas para nossa mente, que é incapaz de enxergar o Universo como uma coisa única, foi do nada.

A razão, provavelmente, partia das pessoas, mas aquela com que falei insistia muito em saber o que ela fez de errado! Tantas vezes nos culpamos... só para saber, no final, que estávamos certos e que outros também erram. E erram demais.

Nossa sociedade impõe muito essa história de que todos erramos - porém, o modo que ela se utiliza para impor essa história tem um significado oculto. Ela quer dizer que nós erramos, mas que ela não erra. O melhor exemplo é quando nos dizem: "Você acha que está sempre certo!" e nós estamos.

(Eu ouvi isso de um certo alguém que "não sabe fazer o seu trabalho" e eu iria rir muito se ele lesse isso.)

São mecanismos de controle para tentar minimizar sua capacidade de ter idéias, mas não só isso. É uma arma. Quando uma pessoa se sente ferida por alguém, ela ataca. Quando ela não sabe se vai ser ferida, às vezes ela pode atacar. E ela não vai se importar, neste momento, se você é alguém especial para ela ou não: vai simplesmente pensar na própria "sobrevivência" primeiro!

Shakespeare era um cara muito esperto. Ele dizia:

"[... ] Aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso...
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe... Depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor, e que você tem valor diante da vida."

Asmodeus,
Rei dos Demônios

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