sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Paraíso Reconquistado - Parte II

Os humanos se reuniram com os demônios e aprenderam todas as artes malignas com eles. Ensinaram os segredos das terras, como modelar as paisagens infernais e terrestres por meio da combinação de elementos minerais.

Os abissais conferiram os conhecimentos da carne e da vida para que os mortais adquirissem mais resistência e poder sobre a própria carne, podendo modelar a si mesmos.

Foram ensinados aos mortais os segredos das estrelas e dos corpos celestes, para que pudessem contar o tempo com extrema precisão e prever os melhores momentos para atacar seu inimigo, o tirano.

Os segredos dos mares e dos ventos permitiram aos homens serem capazes de nadar sem precisar respirar e voar sem precisarem de equipamentos.

Técnicas avançadas de forja utilizadas com o fogo e rochas infernais fizeram com que vários equipamentos metálicos pudessem ser desenvolvidos. Cidades começaram a ser construídas no Inferno. A maior delas foi Dis. Os humanos também forjaram um metal infernal capaz de fazer um anjo sangrar.

Também foi ensinado aos mortais sobre o destino e o acaso, observando presságios e sinais para adivinhar o futuro. Os filhos de Adão e Eva eram mantidos cegos por deus, mas agora eles saberiam todos os seus planos.

Em pouco tempo, o Inferno criara vida. Utilizando-se de processos químicos e encantamentos complicados, a terra infernal começou a ser generosa e a dar frutos, tantos bons quanto ruins. Então os humanos aprenderam a manipulá-los para obter alimento ou veneno.

Logo, os humanos aprenderam uma comunicação mais eficiente do que o idioma. Uma forma de comunicação sem palavras, que expressa todas as idéias que o emissor desejar passar, sem nenhuma ambiguidade ou ambivalência.

Após o domínio dessas ferramentas, um grupo de humanos se levantou contra os demônios e os que se aliaram a eles, acreditando que os derrotando, obteriam o perdão de deus.

Foi uma luta sangrenta, onde não houve mortes. Era impossível morrer no Inferno. A batalha estava destinada a prolongar-se para sempre. Lúcifer então levantou sua voz para seu aliado Yehudah.

Lúcifer: Teu povo está lutando contra os teus e contra os meus. Sendo eles do teu povo, tu tens a responsabilidade sobres eles.

Yehudah: Concordo plenamente com suas justas reivindicações. No entanto, nem demônio nem humano, nem nenhuma das suas invenções consegue destruir o ser humano ou o demônio. Esta guerra não terá afim, a não ser que destruamos os rebeldes.

Lúcifer: E o que propões para destrui-los? Adianto-te que nem mesmo as bombas mais poderosas de teu antigo mundo seriam suficientes para ferir-lhes. Tua bomba atômica não faria nada além de fumaça e tuas balas furariam apenas as roupas.

Yehudah: Utilizando do conhecimento que Aquele que deve ser Amaldiçoado nos proibiu de obter, temos uma chance. Pensai comigo. Por que Jesus nunca nos destruiu ad eternum? Por que ele exige nossa constante devoção e temor? Ele não pode nos destruir. Ele nos teme. Nos fez, nos construiu, mas agora temos vontade própria e instrumentos para derrubá-lo. Por isso, ele criou este Inferno. Para nos aprisionar e nos manter para sempre neste mundo, lutando e amaldiçoando uns aos outros. Eu nego a este destino. Proponho a ti, caro Lúcifer, com os conhecimentos proibidos apreendidos pelo meu povo, que nós dois tornemos um só, um ser capaz de juntar todas as capacidades mundanas e diabólicas, que terá o poder que Cristo não tem.

Ele inspirou profundamente.

Yehudah: O poder para destruir uma alma.

Apressando, as energias negras de Lúcifer penetraram na alma de Yehudah, e seu espírito enegreceu-se com uma escuridão que só é vista no mais profundo vazio, onde luz alguma jamais consegue penetrar.

A pele de Yehudah tornou-se a mais rubra cor carmesim. Os defeitos leves de seu corpo foram apagados foram destruídos, como se nunca houvessem existido, de forma que jamais se ouviu falar deles. Suas unhas eram escuras como a noite, cortantes como navalhas. Uma barba vermelha escorreu para sua face. E enfim, chifres majestosos como uma coroa tornaram aquele ser que é era blasfêmia pura e impensável o Rei Definitivo do Inferno, Soberano Sobre Todos os Humanos e Demônios.

Asmodeus.

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